Marciano Carvalho da Silva Mestrado em Inovação Pedagógica

O samba de roda da Ilha do Massangano e seus processos pedagógicos.

Partindo do pressuposto que a educação não se faz efetivamente nas salas de aulas vou até a Ilha do Massangano vivenciar juntamente com os ilhéus todos os processos de ensino e aprendizagem do Samba de Véio buscando elementos que nos possibilite o encontro, ou não, de inovação pedagógica dentro desta educação informal que são as rodas de samba. Com um olhar participativo do Samba de Véio, o qual a pesquisa etnográfica nos permite, busquei dentro e fora da Ilha os possíveis dispositivos pedagógicos que pudessem responder alguns questionamentos, entre eles como os ilhéus criam as letras e melodias do samba assim como eles aprendem a sambar. Se o ato de dançar, tirar os batuques e produzir as rimas e versos, sem que haja o papel do professor, porta alguma inovação pedagógica. Qual a importância social das rodas de samba para a formação do indivíduo em seu contexto social e a questão macro que direcionou todo o estudo que é: Há algo de inovador dentro dos processos pedagógicos do samba?  Para isso estive hospedado na Ilha e etnograficamente participei de todos os processos que envolve o samba , dentro e fora da Ilha, com observações, registro fotográfico e diário de campo, e entrevistas semiestruturadas e não estruturadas; métodos quais me levaram a constatar que de fato há uma gama de aprendizados em todo o processo mas que como em todo movimento cultural esta aprendizagem se faz pela observação e repetição, uma metodologia que nada diverge do tradicionalismo, ou seja há processos pedagógicos mas não há inovação.  E mesmo não havendo inovação pedagógica, aprender a sambar nos moldes do Samba de Véio, é garantir ao ilhéu a perpetuação da sua identidade, mas para além disso é uma forma de gritar a sua existência como povo, como cidadão, como gente. 

Palavras-chaves:Inovação Pedagógica, Samba de Véio, Etnopesquisa, Educação Informal.