Antoneide Santos Almeida Silva Mestrado em Inovação Pedagógica

Aprendizagem significativa, mediação e inovação pedagógica na classe hospitalar: configurações possíveis

Nesta investigação, propusemo-nos pesquisar a inovação na prática pedagógica a partir dos processos de aprendizagem construídos pelos sujeitos que se encontram em classe hospitalar. A interrogante cientifica que norteou nossa investigação assim, se constituiu: a prática pedagógica em ambiente hospitalar se constitui inovação para o processo de aprendizagem das crianças hospitalizadas? Nessa direção o objetivo central foi analisar a prática pedagógica vivenciadas na classe hospitalar, instalada na Escola Hospitalar e Domiciliar Irma Dulce. Analisamos as práticas pedagógicas ali construídas à luz da teoria da inovação pedagógica, percebendo-a no contexto de aprendizagem. Nessa proposição identificamos os processos de mediação construídos dentro da classe hospitalar para reconhecemos os artefatos usados na prática pedagógica e as implicações para construção de uma aprendizagem mais, colaborativo-cooperativa, descrevendo o papel assumido por professores e alunos durante a construção desta. Para suporte teórico utilizamos Fino e Sousa (2001, 2003, 2005), Papert (2008), Vygotsky (1998) Kuhn (1975), Toffler (1970), Macedo (2010), André (2000) entre outros. A nossa escolha metodológica para coleta de dados priorizou os princípios da etnografia com o uso da observação participante periférica, entrevista não estruturada e análise documental. Os dados foram analisados seguindo os informes dados por Bardin na análise de conteúdo. Os dados mostraram que a classe hospitalar apresenta, dentro da construção da práxis, indícios de inovação pedagógica por potencializar a aprendizagem colaborativa e significativa, ao estimular a ZDP dos alunos através das atividades na dinâmica de pares e tutoria; por apresentar a perspectiva de um currículo praticado e não de um currículo prescrito, por trazer como centro da aprendizagem conteúdos que interessam ao grupo de discentes e que se relacionam com aspectos ligados ao diálogo entre educação e saúde; a criação de novos tempos e espaços para aprendizagem ao apresentar o leito-enfermarias como lugares de aprender, com tempos diversificados. Assim, concluímos que a prática pedagógica construída naquele espaço carrega um gene do diferente, gene do movimento e da flexibilidade. Acreditamos que as descrições e analises apresentadas possam contribuir para pensarmos escolas em diferentes formatos, em múltiplos espaços.

Palavras-chave: Inovação Pedagógica, Classe hospitalar, Aprendizagem, Educação e saúde, Prática Pedagógica, Etnografia.