Ana Bárbara Mendonça Gouveia Pereira Mestrado em Inovação Pedagógica

A educação artística e a inovação pedagógica: um estudo de caso da Orquestra de Bandolins da Madeira.

No passado recente, séc. XX, a liberdade de ensinar expressa pelo talento e arte, foi coagida pela força à racionalização taylorista. Nem Dewey, nem Montessori ‘sobreviveram’ à força da produção e do crescimento económico imposto pelo capital que materializou a mente humana às cifras, ao mesmo tempo que decapitava vontades e liberdades. Cientes de que a escola e o ensino são estruturas básicas para o desenvolvimento intelectual e cultural de um país e que as artes são uma componente estruturante da personalidade e do intelecto, procuramos esclarecer dentro do conceito de inovação o modo como pode constituir inovação pedagógica o ensino da música ministrado numa escola não formal. Pretendemos observar e analisar como os elementos da Orquestra de Bandolins da Madeira se integram numa formação científica do ensino da música não formal. Conhecedores de que a orquestra, não pode proteger-se sob o estatuto de escola tradicional, tentámos compreender como se ensina, como se aprende e como se estabelecem interações entre os intervenientes. Este estudo, enquadrado na linha paradigmática da etnografia, orientou-se pela metodologia qualitativa cuja técnica da observação e da entrevista semiestruturada são ferramentas que admitem a perceção subjetiva dos intervenientes e permite a interpretação subjetiva do investigador. As conclusões deste estudo remetem-nos para uma inovação pedagógica, por se estabelecer, na comunidade, a vivência solidária entre pais e maestro/professor; a relação aberta entre maestro/professor e alunos, e a presença de artistas colaboradores, enquanto isto, consideradas ruturas com o ensino. Palavras-chave: Cultura, Música, Inovação, Estudo de caso.