Eva Natália de Jesus Buraco Gouveia Mestrado em Supervisão Pedagógica

O pensamento e a prática do supervisor. Um contributo para a formação de educadores de infância

A problemática que este estudo aborda enquadra-se no âmbito da formação inicial de educadores de infância e mais precisamente, na forma como pensa e age o supervisor.
Nesta investigação propusemo-nos reflectir sobre a supervisão nas suas dimensões e implicações, identificar concepções de supervisão, desocultar ideias próprias ao processo supervisivo, saber como se caracteriza e operacionaliza a prática pedagógica, analisar as formas de relacionamento interactivo entre supervisor e supervisado, identificar que formação têm os supervisores e o modo como a adquiriram e perceber a forma como os supervisores contribuem para abordagens do tipo reflexivo da acção pedagógica dos futuros educadores.
Considerada a natureza e o objecto do estudo, optámos por uma metodologia qualitativa/interpretativa, configurando-se o estudo de caso como a estratégia mais apropriada ao seu desenvolvimento, direccionada para a aquisição do conhecimento que pretendíamos e para uma melhor interpretação da realidade alvo de estudo.
As técnicas de recolha de dados foram a entrevista e a observação. Efectuámos a cada supervisor participante uma entrevista semi-estruturada e vários momentos de observação da prática de supervisão. A análise das entrevistas foi sujeita a um processo de categorização e análise de conteúdo. As observações foram um contributo para a triangulação de dados. 
Os resultados da nossa investigação foram os seguintes: a supervisão é entendida como um processo dinâmico de auto descoberta, de construção pessoal e profissional, facilitada pela partilha de saberes e enriquecido por uma atitude investigativa constante. 
O modelo de supervisão usado procura responder ao carácter singular de cada situação e não tem nomenclatura específica. O supervisor (re) constrói e ajuda a (re) construir saberes num processo evolutivo de si e do outro. Promove um clima estabilizante, facilitador e estimulante que permite desenvolver no formando competências reflexivas e de auto desenvolvimento. Abre caminhos aos formandos para que estes definam os seus trajectos e neles caminhem em segurança. A formação do supervisor advém da sua experiência e autoformação. A prática supervisiva espelha as concepções de quem a pratica, é sustentada pela reflexão conjunta e partilha sendo esta a melhor forma de encorajar e reflexão crítica.